quarta-feira, 15 de maio de 2013

Energia que nasce debaixo dos pés e das rodas dos carros começa a ser testada

Peões que geram energia para abastecer painéis luminosos e automóveis que ao travarem alimentam os semáforos. A tecnologia que torna isto possível não é nova, mas só agora vai ser aplicada.
A ideia nasceu há cerca de quatro anos através de Filipe Casimiro, de 27 anos, e Francisco Duarte, de 29, enquanto acabavam o curso de Engenharia Electromecânica na Universidade da Beira Interior (UBI), na Covilhã, e desde que decidiram concretizá-la, em 2010, ganharam três prémios pela inovação e criaram uma empresa, a Waydip, para a desenvolver.
A tecnologia, apelidada de Wayenergy, permite converter a energia cinética, associada ao movimento da passagem de pessoas e veículos, em eletricidade.
“O conceito de geração de eletricidade através da energia do movimento já existia. A tecnologia que permite fazer a conversão é que é nova, fizemos o registo da patente a nível mundial”, afirma Francisco Duarte citado no Público.
Depois de algum tempo a desenvolver protótipos em laboratório, o sistema vai começar a ser testado em ambiente real na passadeira de acesso ao Hospital Pêro da Covilhã, a partir deste mês.
Sob as lombas que antecedem a passadeira, será instalada a tecnologia Wayenergy Vehicles, para produzir energia com a passagem e travagem dos carros e que será utilizada na iluminação dos semáforos.
Quanto mais pesado for o elemento que passa sobre o piso, mais energia é gerada. Cada placa ou mosaico do sistema tem incorporados pequenos motores que, quando são pressionados, produzem energia, que é acumulada em baterias, sendo que a que não for utilizada fica armazenada.
“Para já, a energia serve para consumo local mas dentro de dois ou três meses o objetivo é vender à rede elétrica”, acrescenta Francisco Duarte.
A experiência vai permitir acompanhar o comportamento do sistema, analisar a quantidade de energia produzida e a poupança de CO2 daí resultante, e fazer eventuais ajustes.
O teste serve também para a Câmara da Covilhã, parceira neste projecto, apurar o número de veículos que passam na Alameda Pêro da Covilhã.
Se tudo correr bem, os fundadores da Waydip, onde trabalham cinco pessoas, querem conquistar outros mercados com a aplicação do sistema em locais muito frequentados, como centros comerciais, ginásios ou discotecas.
A tecnologia valeu vários prémios à Waydip e até o reconhecimento, pela Kauffman Foundation, como uma das 50 start-ups mais promissoras a nível mundial.

in: http://www.energiasrenovaveis.com/DetalheNoticias.asp?ID_conteudo=730&ID_area=23

Sofia Morgado, 19862

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