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Os ambientalistas da Quercus ficaram satisfeitos com a decisão da Comissão Europeia de suspender a utilização de um grupo de pesticidas que afectam as abelhas, mas lembram que são abrangidas somente as culturas visitadas por este insecto.
A Quercus "considera positivo o que se passou, uma vez que temos de experiência que é bastante difícil passar estas proibições e, mesmo assim, não foi fácil, Portugal e outros países votaram contra a proibição destes pesticidas", disse hoje à agência Lusa Ricardo Marques.
O técnico da associação ambientalista salientou que "foi positivo", mas frisou que "esta proibição tem algumas limitações, ou seja, foram só proibidos nas culturas visitadas por abelhas".
A Comissão Europeia anunciou na segunda-feira que vai suspender parcialmente, por dois anos, a partir de 1 de Dezembro, o uso de três pesticidas da família dos neonicotinóides (tioametoxam, imidacloprid e clotianidin), devido ao impacto que têm nas populações de abelhas.
Na votação da proposta do executivo comunitário não foi alcançada uma maioria qualificada necessária para a aprovação ou rejeição, pelo que cabe à Comissão decidir sobre a adopção da proposta. Portugal esteve entre os oito Estados membros que votaram contra.
A posição do Governo português é justificada pela a necessidade de continuar os estudos sobre os impactos dos pesticidas e dos seus resíduos nas abelhas e a sua toxicidade.
Segundo o Ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, "deve ser dada continuidade aos trabalhos já em curso com vista à consolidação dos princípios e orientações técnicas de avaliação do risco e tomada de decisão relativa aos efeitos dos produtos fitofarmacêuticos em abelhas".
Já o técnico da Quercus apontou que, "avaliando os estudos e as suas conclusões, não haveria grande sentido em votar contra esta proibição".
Ricardo Marques defendeu ser "um falso argumento" do Governo português porque "este químico é muito utilizado e há muita pressão da agro-indústria e da fito farmacêutica pois estes pesticidas são considerados importantes na produção agrícola".
As abelhas são atraídas, por exemplo, por pomares, mas não têm interesse por olival ou vinha, no entanto, é possível que os pesticidas utilizados nestas áreas possam ser transportados para outros locais.
Os pesticidas e insecticidas são espalhados nas culturas e as abelhas são afectadas ao recolher o pólen e o néctar nas flores, que ficam contaminados.
As abelhas absorvem os químicos que são prejudiciais ao seu sistema nervoso e perdem o sentido de navegação nas suas deslocações, que chegam a atingir dois ou três quilómetros a partir da colmeia, e não conseguem regressar.
Os estudos referidos por Ricardo Marques apontam ainda a perda de capacidade de produzir rainhas, decisivas para a manutenção de dezenas de milhares de abelhas nas colmeias.
Segundo a Quercus, em Portugal também existem relatos de problemas nas abelhas pelos apicultores, embora o problema seja mais grave em países como EUA.
Dados da Comissão Europeia referem que as abelhas são vitais para o ecossistema e contribuem com mais de 22 mil milhões de euros anuais para a agricultura da Europa.
Fonte : Diário Digital com Lusa
Patrícia Domingos, 19800
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