Um ano depois de uma tentativa fracassada, uma expedição partirá em Maio rumo ao «sétimo continente», um gigantesco aterro flutuante que acumula todo tipo de dejectos plásticos, que é maior em extensão do que a Índia, mas ainda profundamente desconhecido.
No comando da expedição «7º Continente» está o explorador Patrick Deixonne, de 48 anos, que descobriu o fenómeno em 2009 quando participava de uma competição de remo.
«Via todos estes restos de plásticos que flutuavam ao meu redor. Fiquei surpreso e disse a mim mesmo: 'Para onde vai tudo isto?», explicou o explorador, durante viagem a Paris para preparar a expedição.
Quando voltou à terra firme, o ex-bombeiro da Guiana procurou informações e encontrou a resposta. Estes dejectos confluem no ponto de encontro de correntes marinhas, enroscam-se sob o efeito de rotação da Terra e acabam por formar uma imensa massa giratória.
No total, milhões de toneladas procedentes da costa e dos rios flutuam nas cinco principais massas de objectos descartados formadas em todos os oceanos, cuja força centrípeta aspira-os para o centro.
O problema para os cientistas é que esta «sopa» é essencialmente composta por partículas de plástico decomposto que mantêm-se sob a superfície da água, às vezes a 30 centímetros de profundidade. Esta acumulação de plástico dificilmente é detectada por satélites e só é visível a partir de barcos.
Segundo o Centro Nacional de Estudos Espaciais francês (CNES), agência que patrocina a missão «7º Continente», a massa do Pacífico Norte, entre a Califórnia e o Havaí, é uma das maiores do planeta, com uma superfície de 3,4 milhões de quilómetros quadrados.
Mas a placa de sujidade «encontra-se em águas pouco transitadas pela navegação mercantil e turística, razão pela qual o problema só interessa a ecologistas e cientistas», lamentou Deixonne.
Patrícia Domingos, 19800
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