"A região da Ásia e Pacífico ultrapassou o resto do mundo no consumo de matérias-primas e irá continuar líder no sector, indica um relatório lançado pelo Programa da ONU para o Ambiente, Pnuma. Mas de acordo com a agência, o ritmo actual pode tornar-se insustentável para o continente.
O balanço do comércio na região mostra que o índice actual de exploração de recursos já não é suficiente para o ritmo de crescimento da economia e mudanças no estilo de vida da população.
Entre 1970 e 2008, o consumo de minerais para construção, como areia, barro e granito, aumentou 13,4 vezes na Ásia e Pacífico. No mesmo período, o consumo de metais foi 8,6 vezes maior; o de combustíveis fósseis, 5,4 vezes e o da biomassa cresceu 2,7 vezes.
O consumo doméstico de materiais aumentou de 6,2 mil milhões de toneladas para 37,5 mil milhões de toneladas nos últimos 40 anos. Em 2008, a China foi responsável por 60% desse consumo regional e a Índia, por 14%.
O Pnuma destaca que o volume actual de consumo já está a ter um impacto negativo no meio ambiente. Segundo o relatório a intensidade de matérias-primas para a região é igual a três vezes o total do consumo do resto do mundo.
Por conta da forte procura doméstica, a China é tida como o principal importador de matéria-prima, em particular do petróleo. O relatório afirma que países populosos como China e Índia estão a sair da economia agrária em transição para a economia industrializada.
A Ásia e Pacífico também estão a deixar de ser uma economia baseada em biomassas para ter como base os minérios. O aumento da população é tido como o factor menos importante para o crescimento das extracções ambientais.
A Austrália é cada vez mais um país fornecedor de materiais de energia para a região. A Indonésia é tida como grande exportador de matérias-primas, em particular de combustíveis fósseis. O documento do Pnuma traz também dados do Japão, Malásia, Paquistão e outros países.
A agência recomenda o estabelecimento de uma base de dados global com informações de todas as nações sobre o uso de matérias-primas e vigilância dos governos asiáticos em relação às políticas para o sector."
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