Na história da humanidade são vários os casos nos
quais o meio ambiente nos “prega uma partida” que, por vezes, ou é
indirectamente provocada pela mão humana, ou é provocada pela falta de acção da
mão humana.
Um dos recentes casos
que abalou a Região Autónoma dos Açores ocorreu nos meados do presente mês
ficando designado como: “A tragédia do Faial da Terra” originado pela saturação
dos solos provocados por chuva muito intensa.
A notícia agora
apresentada, datada de 18 de Março, relata em síntese o ocorrido:
Fonte: http://www.diarioinsular.com/ |
O acesso à Rua do Burguete está interdito a
moradores e veículos, com grades e a presença em permanência de dois agentes da
PSP desde a noite da derrocada.
Paulo Nazaré referiu que apesar de a vida
regressar “aos poucos à normalidade” na freguesia, “há muita mágoa e revolta”.
“As pessoas estão revoltadas com o tempo.
Estão sempre em sobressalto quando chove. Esta madrugada andei por aí e vi
luzes que acendiam e apagavam. Ainda estamos todos com os nervos à flor da
pele”, afirmou Paulo Nazaré, acrescentando que na última madrugada voltou a
chover com intensidade.
Nas ruas desta freguesia, as rotinas do
dia-a-dia foram retomadas, apesar de os habitantes terem um semblante pesado e
fugirem dos jornalistas.
Num dos cafés do Faial da Terra, as conversas
giram em torno dos trabalhos de limpeza na zona da derrocada, que atingiu três
casas, tendo uma delas ficado completamente destruída, da demora em os
residentes da rua do Burguete poderem regressar a casa e do susto por que
passaram na madrugada da última quinta-feira.
Sem quererem prestar declarações, dizem
apenas que “não ganharam para o susto” e que “o sono nunca mais foi o mesmo”
deste aquele dia.
Na Casa do Povo está concentrado o resultado
da onda de solidariedade que entretanto se gerou para com as vítimas deste
acidente.
Fonte: http://www.acorianooriental.pt/noticia/chuva-continua-a-impedir-regresso-a-casa-de-familias-no-terra
Saindo um pouco da análise “ambiental” deste acontecimento não posso deixar de apontar uma curiosidade temporal: simultaneamente à intempérie acima relatada ocorrida nos Açores é divulgado oficialmente que:
“O Governo dos Açores anunciou hoje que em 2012 o
défice da região foi de 0,4% e a dívida 19% do PIB, sendo "a única parte
do território nacional" a atingir "o equilíbrio das finanças
públicas".
Para consultar a notícia integral ver: http://www.jornaldenegocios.pt/economia/financas_publicas/detalhe/acores_terminaram_2012_com_04_de_defice_e_19_de_divida_publica.htm
Findo o período de chuva
contínua e mau tempo nos Açores eis a resposta do Governo da República:
“Vasco Cordeiro lamenta que República tenha recusado apoiar a Região
O Presidente do
Governo dos Açores lamentou esta quarta-feira que o Governo da República tenha
recusado apoiar a Região na recuperação dos estragos das recentes intempéries,
mesmo tendo conhecimento que 90 por cento dos prejuízos foram registados em
áreas da competência do Governo Regional.
"Se 90 por cento
dos estragos se situam em áreas da competência do Governo Regional, isso quer
dizer que 90 por cento destes estragos não serão apoiados", salientou
Vasco Cordeiro segundo nota do GACS.
O Presidente do
Governo reagia assim à decisão do Conselho de Ministros, que aprovou uma
flexibilização dos limites de endividamento dos municípios para fazer face aos
estragos causados pelo mau tempo que atingiu recentemente os Açores.
Segundo Vasco
Cordeiro, o que foi aprovado em Conselho de Ministros, na prática, representa
uma “recusa ao pedido de ajuda que foi feito pelo Governo dos Açores ao Governo
da República”.
“Mais valia dizerem,
claramente, que não estavam disponíveis para ajudar, porque esta artimanha de dizer
que se apoia os municípios serve apenas para enganar as pessoas”, afirmou Vasco
Cordeiro.
O Presidente do
Executivo considerou também que, nesta matéria, devia ter “havido a coragem,
que não houve, de assumir claramente que um pedido de ajuda do Governo Regional
ao Governo da República não era para ser atendido”.
Fonte:
Muito
embora corra o risco de ser criticada pela adopção de uma posição extremista de
mais quanto a este assunto (realçando
também que este post não tem qualquer intuito de fazer comentários políticos) não
consigo deixar de exprimir o seguinte: curioso…
Rute Fernandes, 19847
Rute Fernandes, 19847
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