sábado, 30 de março de 2013

Catástrofes Ambientais e a ajuda (ou não) do Governo


Na história da humanidade são vários os casos nos quais o meio ambiente nos “prega uma partida” que, por vezes, ou é indirectamente provocada pela mão humana, ou é provocada pela falta de acção da mão humana.
            Um dos recentes casos que abalou a Região Autónoma dos Açores ocorreu nos meados do presente mês ficando designado como: “A tragédia do Faial da Terra” originado pela saturação dos solos provocados por chuva muito intensa.
            A notícia agora apresentada, datada de 18 de Março, relata em síntese o ocorrido:
             
Fonte: http://www.diarioinsular.com/
“A derrocada, que ocorreu no lugar do Burguete, freguesia do Faial da Terra, concelho da Povoação, na ilha de S. Miguel, obrigou à saída de treze famílias das suas habitações, sendo que quatro foram entretanto realojadas em casas arrendadas na freguesia e as restantes pernoitam com familiares.
O acesso à Rua do Burguete está interdito a moradores e veículos, com grades e a presença em permanência de dois agentes da PSP desde a noite da derrocada.
Paulo Nazaré referiu que apesar de a vida regressar “aos poucos à normalidade” na freguesia, “há muita mágoa e revolta”.
“As pessoas estão revoltadas com o tempo. Estão sempre em sobressalto quando chove. Esta madrugada andei por aí e vi luzes que acendiam e apagavam. Ainda estamos todos com os nervos à flor da pele”, afirmou Paulo Nazaré, acrescentando que na última madrugada voltou a chover com intensidade.
Nas ruas desta freguesia, as rotinas do dia-a-dia foram retomadas, apesar de os habitantes terem um semblante pesado e fugirem dos jornalistas.
Num dos cafés do Faial da Terra, as conversas giram em torno dos trabalhos de limpeza na zona da derrocada, que atingiu três casas, tendo uma delas ficado completamente destruída, da demora em os residentes da rua do Burguete poderem regressar a casa e do susto por que passaram na madrugada da última quinta-feira.
Sem quererem prestar declarações, dizem apenas que “não ganharam para o susto” e que “o sono nunca mais foi o mesmo” deste aquele dia.
Na Casa do Povo está concentrado o resultado da onda de solidariedade que entretanto se gerou para com as vítimas deste acidente.
De toda a ilha de S. Miguel e mesmo de fora da região têm chegado roupa, bens alimentares e eletrodomésticos, que vão hoje mesmo começar a ser distribuídos por quem perdeu total ou parcialmente os seus bens.”

           

        Saindo um pouco da análise “ambiental” deste acontecimento não posso deixar de apontar uma curiosidade temporal: simultaneamente à intempérie acima relatada ocorrida nos Açores é divulgado oficialmente que:
O Governo dos Açores anunciou hoje que em 2012 o défice da região foi de 0,4% e a dívida 19% do PIB, sendo "a única parte do território nacional" a atingir "o equilíbrio das finanças públicas".
Findo o período de chuva contínua e mau tempo nos Açores eis a resposta do Governo da República:

“Vasco Cordeiro lamenta que República tenha recusado apoiar a Região

O Presidente do Governo dos Açores lamentou esta quarta-feira que o Governo da República tenha recusado apoiar a Região na recuperação dos estragos das recentes intempéries, mesmo tendo conhecimento que 90 por cento dos prejuízos foram registados em áreas da competência do Governo Regional.
"Se 90 por cento dos estragos se situam em áreas da competência do Governo Regional, isso quer dizer que 90 por cento destes estragos não serão apoiados", salientou Vasco Cordeiro segundo nota do GACS.
O Presidente do Governo reagia assim à decisão do Conselho de Ministros, que aprovou uma flexibilização dos limites de endividamento dos municípios para fazer face aos estragos causados pelo mau tempo que atingiu recentemente os Açores.
Segundo Vasco Cordeiro, o que foi aprovado em Conselho de Ministros, na prática, representa uma “recusa ao pedido de ajuda que foi feito pelo Governo dos Açores ao Governo da República”.
“Mais valia dizerem, claramente, que não estavam disponíveis para ajudar, porque esta artimanha de dizer que se apoia os municípios serve apenas para enganar as pessoas”, afirmou Vasco Cordeiro.
O Presidente do Executivo considerou também que, nesta matéria, devia ter “havido a coragem, que não houve, de assumir claramente que um pedido de ajuda do Governo Regional ao Governo da República não era para ser atendido”.

Fonte:

                Muito embora corra o risco de ser criticada pela adopção de uma posição extremista de mais quanto a este assunto  (realçando também que este post não tem qualquer intuito de fazer comentários políticos) não consigo deixar de exprimir o seguinte: curioso…

Rute Fernandes, 19847

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